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Fortalecimento de pautas feministas, LGBT e políticas são alguns exemplos de manifestações sociais que eclodem, diariamente, nas redes. Segundo Davi Bertoncello, CEO da agência de pesquisa de mercado e inteligência Hello, o brasileiro já é reconhecidamente um povo sociável e conectado à internet. “O mundo online já se fundiu ao off-line”. Atentas a esse movimento, as marcas vêm construindo relacionamentos com seus consumidores no digital. No entanto, as intensas interações polarizadas, entre brandlovers e haters pressionam anunciantes, preocupados permanentemente em não cometer deslizes capazes de gerar uma enxurrada de comentários contrários e negativos às marcas.

Quase metade (49%) dos internautas possui interesse pelas redes sociais de anunciantes que admiram, 22% a mais que os números de 2016. O dado é da Hello, que, por meio do estudo Papo Digital, realizou entrevistas digitais com mais de 1.400 pessoas, maiores de 16 anos e integrantes das classes A, B e C. A pesquisa foi realizada entre 3 e 8 de maio deste ano.

Apesar da receptividade do público em relação às marcas no ambiente online, a publicidade na internet segue enfrentando rejeição. Cerca de 50% dos participantes do estudo da agência de pesquisa de mercado e inteligência admitem bloquear publicidade na internet, quando possível. De acordo com Davi, as pessoas deixam de lado anúncios ruins ou sem relevância. “Além disso, aqueles conteúdos publicitários que representam uma barreira à navegabilidade acabam não sendo aceitos”. Segundo o profissional, para que a comunicação consiga atingir o cliente, é preciso batalhar pela atenção.

O Papo Digital mostra, por exemplo, que 48% do público presta atenção em publicidade em posts das redes sociais, 35%, em banners e pequenos anúncios nos sites, e 33%, em vídeos. Mas, 56% estão compartilhando filmes publicitários se gostam de suas mensagens. O CEO da Hello explica que conteúdo audiovisual tem o maior potencial de engajamento online, “basta ver a importância de Youtube e Netflix para as audiências ou como, ao longo do tempo, serviços como Facebook e Instagram abriram cada vez mais espaço para compartilhamento de vídeos”. Diferente da TV, onde a mensagem é exibida para uma audiência de forma massificada, pela internet é possível atingir os públicos de forma segmentada, “o que demanda uma necessidade ainda maior de conhecer os clientes, seus valores, o uso que fazem em cada rede social e em qual momento da jornada online do consumidor a marca deseja impactá-lo”.

Nike (18%) e Adidas (15%), Samsung (7%) são as marcas mais admiradas, segundo estudo da Hello. 

Ainda segundo o estudo da Hello, os jovens (67%) – de 16 a 24 anos – são os mais ativos na internet. Para Davi, esse público, desde cedo, está acostumado a desbravar o online. Nas redes sociais, o principal objetivo é a comunicação com amigos e familiares. “Isso explica o Instagram ser tão utilizado quanto Facebook e Whatsapp. Fora isso, ainda existe a questão intrínseca da busca de maior aceitação social que ocorre durante essa fase da vida, que gera uma necessidade de expandir a rede de contatos e competir pelo número de amigos nas redes, likes e compartilhamento”.

Apesar do engajamento dos jovens, as marcas não podem deixar de construir peças para um público mais velho – a partir de 55 anos. “Os anunciantes precisam lembrar que esse público se relaciona com o universo digital de forma diferente”, aponta o CEO. Segundo Davi, os seniores estão preocupados em postar notícias e assuntos ligados à saúde e causas sociais e menos interessados em expor seus gostos e seguir influenciadores e celebridades. “Vale lembrar também que outro público muito negligenciado pelas marcas é aquele formado por pessoas com deficiência. Apesar de formarem a maior minoria do mundo, com um bilhão de pessoas, e no Brasil serem 20% da população, nem 1% do conteúdo digital das grandes marcas brasileiras são acessíveis”, aponta.

A Hello mostra que a TV (53%) ainda é o meio que mais chama a atenção para anúncios. Diferentemente do Brasil, no mundo os investimentos de publicidade em meios digitais já superam os de televisão. “No País, a grande sacada é conseguir aproveitar essa descentralização dos canais de comunicação tradicionais e digitais para atingir seu consumidor de forma inteligente. É possível definir qual público atingir em cada meio, mas também quando, ou qual o melhor momento da jornada de um cliente para transmitir certa mensagem”, diz.

Fonte: www.meioemensagem.com.br